Livro: "AVALIAÇÃO DE RISCO À SAÚDE HUMANA – ARSH : PELO ROMPIMENTO DA BARRAGEM DA SAMARCO EM MARIANA NO ANO DE 2015"

O rompimento da barragem em Mariana, denominada “Fundão”, controlada pela Samarco Mineração S.A., ocorreu na tarde de 5 de novembro de 2015 no subdistrito de Bento Rodrigues a 35 km do centro do município de Mariana no Estado de Mina Gerais. A mineradora Samarco beneficia o minério na região, aumentando seu teor de ferro, para depois exportar a outros países. Fundada em 1977, ela é uma empresa de capital fechado controlada por duas acionistas, ou donas: a anglo-australiana BHP Billiton Brasil Ltda. e a brasileira Vale S.A. Cada uma controla metade. Os rejeitos dessa exploração eram estocados pelas barragens.O Motivo para o não repasse dos estudos pela Fundação Renova à CT-Saúde, apesar de ferir todos os preceitos legais e das disposições do TTAC, deve-se às conclusões e recomendações desses relatórios, condizentes com a metodologia de ARSH do Ministério da Saúde. Os relatórios finais de ARSH classifica as áreas avaliadas, tanto nas localidades avaliadas em Mariana como nas de Barra Longa como “Risco Urgente para a Saúde Pública” e assinala as ações de saúde para as populações expostas aos contaminantes trazidos pela lama de rejeito. Essas conclusões e recomendações foram consideradas pela Fundação Renova contrárias aos interesses da empresa Samarco que a Fundação Renova representa e defende.Os estudos de ARSH não se propõem a estabelecer o nexo causal, e sim, buscam estabelecer os fatores de risco adicional que contribuem para a causalidade. Nesse contexto, devem também considerar outros fatores que influenciam a vulnerabilidade e suscetibilidade das populações expostas aos contaminantes. Muitos desses outros fatores já haviam sido levantados pela própria Fundação Renova (adiante avaliados neste Relatório), e comprovados com os levantamentos realizados na etapa de Preocupações da Comunidade com sua saúde pela equipe de ARSH da Ambios.