Livro: "Dicionário da Antiguidade africana"
SINOPSE:
A contribuição das sociedades negras e africanas para o desenvolvimento de saberes naturais, científicos, culturais e artísticos da humanidade é irrefutável. O apagamento desses conhecimentos, suas raízes e origens, é reflexo do racismo estrutural e de uma História que, brutalmente, se esforçou para ser branca. Felizmente, há o movimento consciente e construtivo de resgate dessas memórias e ciências negras. Nessa tradição, encontra-se este Dicionário da Antiguidade africana, de Nei Lopes.
A reedição revista deste livro tornou-se um imperativo no momento em que múltiplos eventos globais vêm abrindo caminho para novos paradigmas de abordagem e reinterpretação da História africana. Porque já não há espaço para a ideia de superioridade da civilização ocidental, baseada na falsa premissa de representação de um estágio mais avançado do desenvolvimento humano, que ao longo dos séculos foi imposta violentamente aos povos de todo mundo. E a inverdade desse argumento é reconhecido desde a decifração, no século XIX, dos hieróglifos da Pedra de Rosetta, que comprovam a anterioridade do conhecimento científico no continente africano, a partir do Egito, em relação às sociedade greco-latinas.
Assim, descerra um panorama que se abre há mais de quatro milênios, com o surgimento dos primeiros Estados africanos. Esses reinos, do baixo e do alto Egito, estenderam seu poder até a Núbia, região hoje pertencente às republicas do Sudão e Sudão do Sul, vizinhas da Etiópia e da Somália – países também protagonistas notórios de percursos históricos determinantes. Além do contexto egípcio-núbio, este dicionário também reporta o passado de regiões que, na Antiguidade, constituíram núcleos de civilizações potentes, como as dos eixos Congo-Angola, Nigéria-Camarões, Senegal-Guiné-Mali, Marrocos-Tunísia-Argélia, Zimbábue-Moçambique, entre outros.
Dicionário da Antiguidade africana preenche lacunas históricas, ao enfocar o continente que é o berço do mundo. Com verbetes didáticos, acessíveis e concisos, permite a leitores e leitoras enriquecer seu repertório teórico. Segundo Nei Lopes, o principal objetivo desta obra é trazer a África para a “grande festa da História Universal”, em um clima de diálogo e respeito mútuo, sem qualquer pretensão à hegemonia.
“Centrado nas sociedades africanas que se desenvolveram a partir do século 7º, muito antes da colonização pelos países europeus, a obra pretende preencher uma lacuna nos estudos sobre a história do continente. Dentre os termos revisados estão axiomas como “conhecimento científico”, “incesto real” e “literatura egípcia”, além de nomes como Cleópatra e Nefertite e locais como Alexandria e Saara.” – Revista Cult
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