Livro: "Do Eu Poeta"

Sou Gigolô da Palavra Faço questão de confirmar a profissão que suporta minha vida já na sétima década. Desde o primeiro berro, para sair da prisão do vente materno, sobrevivo, sim, graças ao meu ofício de Gigolô da Palavra. No seminário capuchinho, o verbo era exercitado no sentido do sermão; no quartel, na ordem unida; no jornalismo, no relato nem sempre fidedigno; no rádio, na forma de matemática tradução da economia popular. No entrelaço de tudo, a mãe poesia. Esta é a intenção neste Do Eu Poeta. Reunião de momentos de ida doída, vencida, sofrida com alegria, ainda que contida, aqui demonstrada na forma sintética de poesia diferenciada do dito comum. No apanhado do índice, a pessoa leitora interessada apreende a sequência corporal Do Eu Poeta. Começo pela Cabeça (as voltas por este mundo), desço para o Tronco (do eu maluco são) e estaciono no Coração da minha Madame Perpétua. Neste arrebanhado de vida devida, olha o jogo das palavras, passamos juntos para o Intestino, alcançamos o Útero (certas odes íntimas) e a partir do Joelho descemos até o Caminho do Fim. Pronto. Eis a alma, penso eu, da minha Poesia de Vida. Obrigado pela companhia.