Livro: "Ensaio Filosófico Sobre A Motivação Moral"

No nosso dia-a-dia, confrontamos uma série de questões morais. Uma vez que deliberamos e formamos julgamentos sobre o que é certo ou errado, bom ou mau, estes julgamentos tendem a ter uma posição marcada sobre nós. Embora, no final, nem sempre nos comportemos como pensamos, os nossos julgamentos morais normalmente motivam-nos, pelo menos até certo ponto, a agir de acordo com eles. Quando os filósofos falam de motivação moral, este é o fenómeno básico que procuram compreender. A motivação moral é um exemplo de um fenómeno mais geral – o que podemos chamar de motivação normativa- para os nossos outros julgamentos normativos também têm alguma força motivadora. Quando fazemos o juízo normativo de que algo é bom para nós, ou que temos uma razão para agir de uma determinada forma, ou que um rumo específico é o rumo racional, também tendemos a ser movidos. Muitos filósofos consideraram a força motivadora dos julgamentos normativos como a característica-chave que os marca como normativos, distinguindo-os assim dos muitos outros julgamentos que fazemos. Ao contrário dos nossos julgamentos normativos, os nossos julgamentos matemáticos e empíricos, por exemplo, parecem não ter qualquer ligação intrínseca à motivação e à ação. A crença de que um antibiótico curará uma infecção específica pode mover um indivíduo para tomar o antibiótico, se ela também acredita que ela tem a infecção, e se ela quer ser curada ou juízes que ela deve tratar a infecção para o seu próprio bem. Tudo por si só, no entanto, uma crença empírica como esta parece levar consigo nenhum impacto motivacional particular; uma pessoa pode julgar que um antibiótico curará mais eficazmente uma infecção específica sem ser movido de uma forma ou de outra.