Livro: "Entrevistando Kardec VOL. VI: INSTRUINDO COM KARDEC"

Obviamente, ao se dizer que os órgãos são os instrumentos da manifestação das faculdades da alma, não se pretende fechar a questão, isto é, significar que apenas eles propiciam essas manifestações.Os fatores que influem nos processos das atividades espirituais são inumeráveis. Muito além daqueles que a nossa percepção e o nosso raciocínio assinalam, outros existem, por descobrirem, e outros há, cuja análise não encontra paralelos no mundo em que habitamos. Sabemos de sua existência, apenas pelos fenômenos que eles provocam. Assistimos aos acontecimentos, sem conseguirmos atinar-lhes as causas, que rotulamos de misteriosas. Nem por serem insondáveis, no entanto, deixam de existir essas causas.Procurando ater-nos a estudos circunscritos, desde que as grandes verdades se desnudam aos poucos, imaginemos uma encarnação em que a organização fisiológica terá alcançado o seu desenvolvimento pleno, e que todos os órgãos se apresentem em funcionamento saudável. Poderíamos dizer, então, que o Espírito que anima tal corpo exerce, livremente, suas faculdades?Não. Eis quê, entre os vários motivos misteriosos e insondáveis, outros existem a influenciar a manifestação espiritual, e já nossos conhecidos. Entre eles, sabemos que o Espírito, ao reencarnar, guarda os conhecimentos anteriores na consciência profunda. O cérebro físico será como uma folha de papel, em branco, a fim de que se reescrevam as novas experiências.Nesse processo, um indivíduo que tenha sido, por exemplo, um exímio bailarino, em alguma encarnação pretérita, terá os seus dons aflorados, caso se dedique ao exercício dos mesmos. Caso não o faça, então a sua arte permanecerá a dormir, na inconsciência.