Livro: "História da Língua Inglesa: A Invasão Romana e a Conquista da Britânia"

As primeiras referências à Grã-Bretanha estão em fontes gregas que datam do século IV. Varios autores antigos mencionaram a Grã-Bretanha em algum contexto, mas a grande maioria deles fizeram alusões vagas, periféricas ao principal objetivo dos documentos em que apareciam, sendo relativa a escassez de fontes literárias e outros materiais escritos. As obras literárias existentes representam uma porcentagem minúscula do corpus total de escritores clássicos, e a seleção do que foi preservado deve-se muito ao acaso e aos caprichos de alguns reis medievais (Mattingly, 2006).O período de tempo, quando a maioria da Grã-Bretanha estava sob influência romana, estendeu-se de 55 aC a 500 dC, quando o controle passou para as mãos dos povos germânicos, muitos dos quais já viviam na ilha há mais de um século, ocupando funções enquanto tropas ou até mesmo aliados do exército romano (Webster, 2003b). É o período romano que marca o fim da pré-história britânica (Mattingly, 2006). Um diferença crítica entre a Grã-Bretanha romana e o perído pré-histórico, é que sua sociedade era alfabetizada, talvez mais alfabetizada do que em qualquer outra época até o final da Idade Média. Paralelamente e aliado a isso está o fato de que era um mundo dominado pelo estado de direito, que regulava de perto as relações entre o indivíduo e o Estado (Salway, 2015).Na literatura romana, a Grã-Bretanha aparecia como um símbolo do extremo isolamento ao noroeste do continente (Cleary, 2000). Entretanto, o canal que dividia a Grã-Bretanha do continente nos últimos 8 mil anos raramente era uma barreira ao movimento de pessoas e bens. Na verdade, o mar, para aqueles que entendiam seus caminhos, poderia fornecer acesso mais fácil e viajar mais rápido do que uma jornada de comprimento equivalente em terra. Da última parte do quarto milênio aC existem evidências arqueológicas diretas de um fluxo de mercadorias de e para a ilha, e no começo do primeiro milênio aC a Grã-Bretanha fazia parte de um sistema de trocas que unia os povos da Europa em uma complexa rede de interações marítimas. Até à conquista da Gália, é provável que o tráfego do Canal estivesse nas mãos de marinheiros das comunidades locais, e mesmo depois que a Gália foi totalmente incorporada ao mundo romano, é improvável que tenha havido alguma mudança significativa.(Cunliffe, 2004).