Livro: "NEGRAS, NEGROS (I): A historia de Faustina de Ramos"

No século XVIII assiste-se, na colonia portuguesa, a transição da escravidão indígena (que era ilegal) para a escravidão africana e afrodescendentes. A configuração social dessa economia de mercado, dependentes do capital Europeu, proporciona relações sociais entre 1] africanos e afrodescendentes, e 2] indígenas e mestiços. Neste volume voce conhecerá a historia da indígena carijó Faustina de Ramos que, por volta de 1740, é remetida por seu administrador de Paranaguá para ser vendida como escrava no Rio de Janeiro. De la Faustina foge para Santos, onde consegue encontrar sua bisavó Madalena, indígena do cabelo corrido violentamente apresada no sertão de Curitiba, escravizada a força e vendida na vila de Santos. Faustina consegue processar seu administrador, reivindicando ser livre, e não escrava, pois sua origem era indígena. Seu filho Aleixo de Ramos, também escravizado, se esforça por levar o processo adiante em Paranaguá.O administrador de Faustina e seus filhos afirma que ela nao é indígena, mas Africana, pois sua bisavó teria sido comprada no mercado de escravos em Santos, como escrava “oriunda da costa de Angola”.Neste e noutros textos procuraremos divulgar historias de personagens anônimos e desconhecidos guardadas em processos judiciais, tanto cíveis quanto criminais, tramitados em vilas da Comarca de Paranaguá, pertencente à Capitania paulista.
Roteiro elaborado com base na tese de doutoramento de Bruna Marina Portela, defendida em 2014 no PPGH da UFPR, sob orientação do Dr. Luiz Geraldo Silva, intitulada: “GENTIO DA TERRA, GENTIO DA GUINÉ: A TRANSIÇÃO DA MÃO DE OBRA ESCRAVA E ADMINISTRADA INDÍGENA PARA A ESCRAVIDÃO AFRICANA (CAPITANIA DE SÃO PAULO, 1697-1780)”.