Livro: "O Vinho Do Porto: Processo De Uma Bestialidade Ingleza ExposiÁ¦Á¢o a Thomaz Ribeiro"

SINOPSE:

Ha trinta e cinco anos que um bretão anônimo lavrou na Westminster Review a condenação do vinho do Porto como deletério e empeçonhado por acetato de chumbo e outros tóxicos anglicidas. O homem, pelas rábidas violências do estilo, parece ter redigido a calumnia depois de jantar, numa exaltação capitosa do tannino do alvarilhão que elle confundiu com as aflições dos venenos metálicos. Relembra lamentosamente, com a lágrima das bebedeiras ternas, o século dezoito, em que o genuíno licor do Porto era um repuxo de vida que irrigára a preciosa existência de grandes personagens da Grau-Bretanha. Recorda Pitt e Dundas, Sheridan e Fox, famigerados absorventes do nosso vinho. Diz que Lord Eldon e Lord Stowel, graças infinitas ao Porto, reverberaram e floriram em velhos; e Sir William Grant, já decrepito, bebia duas garrafas de Porto a cada repasto, para conservar crystallinamente a limpidez das suas faculdades mentais e a rija musculatura de todos os seus membros já locomotores, já apreensões, e o resto. Lamenta que Pitt, débil de compleição, com o uso imoderado deste tônico, e em resultado de plethoras frequentes combatidas com amoníaco e sulfato de magnezia, vivesse dez anos menos do que viveria, se possuísse o incombustivel estômago curtido do venerável Lord Dundas. Sucedeu, porém, ao colaborador da Westminster Review achar-se dyspeptico, com azías, relaxes intestinais, eructações cloacinas, e o crânio sempre flammejante como suja poncheira, com o encéfalo em combustão de cognac e casquinha de limão—isto depois de saturações copiosas dos vinhos adulterados do Porto—uma mixordia negra, diz ele afflicto; mas não sabe decidir de prompto se a degeneração está na raça saxonia, se no vinho portuguesa. Pelo menos e provisoriamente considera-se envenenado, o bruto. Pois o veneno que lograr infiltrar-se nas mucosas inglesas deve ter a potência esphacelante da Agua Tufana dos Borgias. Em Inglaterra os porcos engorduram na ceva do arsênico. Que fibras de raça aquela! É que a carne dum bretão diverge muito da carnadura da restante Europa. O antropólogo Topinard observou que a mortandade nos hospitais ingleses, em seguimento as operações cirúrgicas, era muito menor que a dos hospitais franceses. O sabio Velpeau, consultado pela Academia de Medicina, respondeu que la chair inglês e la chair française n’etaient la même. E não dá a razão da diferença, por que a não sabia o grande biologo. Eu, na observância do ditame do Espírito Santo, pela boca do Eclesiástico—«não escondas a tua sabedoria» illucidarei o snr. Velpeau. A razão, a científica é esta: emborcações de bebidas ácidas, e mórmente de cerveja, combatem, como coadjuvantes do acido phenico, a gangrena; ora, o inglês, abeberado de cerveja, é refractario á podridão dos hospitais. Como se vê, d’esta causal tão obvia um antropólogo é capaz de espremer assumpto para volumes recheados de coisas abstrusas sobre etnografia, climatologia, morphologia, mezologia, o diabo. Além da cerveja, a fibrina do porco, saturado de arsênico, entretecida na fibrina do inglês seu compatriota, faz dele um Mithridates para os saes de chumbo diluidos no vinho do Porto. O inglês não pode morrer por ingestão alcoólica. Se quer suicidar-se com instrumento liquido, tem de asfixiar-se, afogar-se no túnel como o legendário Lord. Elle é imortal, absorvendo; e só pode morrer—absorvido. Estranho animal! E é senhor das aguas e das melhores garrafeiras! O destino, pela tuba sonorosa de Camões, disse ao inglês

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