Os postais ilustrados representados, que documentam a Exposição de 1940, mobilizam atarefa de um circuito de identidade cultural nacional e imperial. Cinquenta anos tinham passadodesse trauma do Ultimatum de 1890. O objectivo foi atribuir à exposição a tarefa de umtrabalho de luto (Gil, 2005), passado estava meio século de dor. Mobilizando-a como processode construção de identidade, o Estado Novo procura que ela se imbrique profundamente nosocial, justificando a estabilidade do império em plena Segunda Guerra Mundial. A exposiçãoformula-se como assento da teoria da ideologia. Desconstruir o processo, na exposição, dentrodo qual se distinguirá o modelo de identidade cultural, é o que nos move neste ensaio crítico: asua fixação e transmissão, a sua eventual revisão e as resistências a ele. Aliás, as incoerências deum conjunto fixo identitário não são necessariamente apercebidas. As identidades devem,portanto, ser sujeitas a revisão.
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