Livro: "Poder Econômico via Contabilidade"

A Contabilidade é ordinariamente percebida, como um ramo de conhecimento neutro e pouquíssimos a veem como instrumento de poder. Por essa razão, a convergência às normas contábeis internacionais é realizada no Brasil sem uma ampla discussão sobre as suas implicações.O Poder Econômico internacional reconheceu a força do instrumento contábil e, a partir do ano 1992, trabalhou para centralizar, no polo hegemônico da nova ordem mundial, o controle da Contabilidade nos níveis internacional, nacional e das grandes empresas.Para que o instrumento contábil tivesse força, era necessário unificar os conceitos contábeis nos diversos níveis e foi preciso eludir o poder dos órgãos colegiados da ONU de definir o conceito de Comércio Internacional e o de reformar o Sistema de Contas Nacionais.Dois pontos atingem diretamente os interesses do Brasil: A Nova Contabilidade, nacional e internacional, inclui investimentos e reinvestimentos diretos de “não residentes” no País em sua dívida externa. As fronteiras do comércio internacional não são mais nossas fronteiras físicas, e a produção de uma empresa instalada aqui, considerada “não residente”, passa a fazer parte do “Território Econômico” e do PIB do país onde reside o controlador da empresa; o Brasil torna-se o “país hospedeiro” e a empresa um “enclave” territorial.Paradoxalmente, a metodologia adotada oferece uma abordagem esclarecedora sobre os riscos, políticos, econômicos e estratégicos de nossa dependência crescente do capital externo, que já coloca em risco a soberania nacional.