Livro: "Projetos Escolares – Educação Infantil: Edição 24"

Há algum tempo, venho percebendo, por meio de conversas com educadores, psicopedagogos e profissionais relacionados à educação, uma preocupação constante em promover nas crianças, desde a Educação Infantil, um conceito que vai muito além de habilidades consagradas, como o raciocínio lógico-matemático, a seqüenciação ou a apropriação da escrita: a socialização. Ao se referir às relações humanas, essa temática estabelece um vínculo direto com a capacidade que os indivíduos têm de viver em sociedade e de aceitar a diversidade de pensamentos, de experiências e de repertório existente. E, ao ser discutida – e até incentivada em sala de aula –, verifica-se a preocupação que as instituições de ensino estão tendo em fazer as crianças passarem, acima de tudo, a respeitar o fato de que os colegas podem ter opiniões distintas, verificarem que certos amigos sabem mais sobre determinado assunto e perceberem que, no diálogo entre as dificuldades e as qualidades de cada um, todos aprendem e saem ganhando. Este conceito, se bem-estabelecido, é levado para a vida toda, e permeia os relacionamentos familiares, entre amigos e profissionais. Afinal, poucas são as pessoas que nunca enfrentaram uma dinâmica em grupo ou que não precisaram “negociar” nada com os pais durante a adolescência, não é mesmo? Por isso, acredito que a socialização é uma forma de inserir-se no mundo e de ter a dimensão de que outras pessoas também o fazem. E, no fim, é isso que permite o crescimento da sociedade, nos faz ampliar os horizontes e mostra que a nossa evolução depende, também, da predisposição para evoluir. Dentro dessa idéia, jargões como “uma andorinha só não faz verão” ou “a união faz a força” não parecem ser tão senso comum assim.