Livro: "A Vingança de Mendelssohn"

SINOPSE:

30 de agosto
A luz em tons alaranjados, que irradiava dos postes dos jardins da frente da casa, entrando pela ampla sala de estar, empregava um aspecto bucólico e sombrio á tapeçaria, e ao piano no canto esquerdo do cômodo: um calda longa, típico do gosto cafona de um “nouveau riche”, que em nada combinava com o restante da decoração, e quem entrasse pela primeira vez na casa, não entenderia seu significado mais óbvio, de que ali, não era um piano, mas uma lembrança, um troféu, como os cornos de veados abatidos, dependurados nas antigas casas monásticas da Prússia.Fora da casa, a despeito da chuva fina que caia, ouvia-se misturado aos sons da noite, mais escura que o habitual, as notas da música “Sonhos de uma noite de verão” do compositor inglês Félix Mendelssohn. Saindo de dentro do carro, os dois policiais, esforçando por aquecerem-se, estranharam a música. Um deles reclamava por não haver, sob sua opinião, necessidade da urgência com a qual o outro agia. O sangue que escorria pelo chão da sala, brilhava mais intensamente sob a luz fraca que vinha de fora. Aos olhos dele: nunca um sangue morto pareceu tão vivo. O bebê no chão, no centro da sala, tinha seu choro abafado pelo som da música alta, no último volume. Cristina atirada ao canto da porta, emitindo sons que mais pareciam grunhidos de animal acuado. Seu maxilar, estraçalhado pela martelada, pingava o sangue que afluía lentamente pela sala, sentia seu rosto queimar como se estivesse em brasa. Ainda ébria pelo vinho e pelo remédio, não conseguia distinguir a realidade de seus pesadelos recentes, e internamente não sabia se aquilo acontecia de fato, na verdade, pensava até que não poderia estar acontecendo, era só mais um sonho, só podia ser um terrível pesadelo, do qual logo iria acordar. As lágrimas desciam de seus olhos atônitos, escorrendo por sua face, misturava-se ao sangue fresco. Sua cabeça pendia para a esquerda, como se estivesse pesada demais para manter-se ereta. Seu maxilar desfigurado balançava apontando para o chão um misto de dentes, carne, e dos cabelos de um louro clássico, que haviam grudado no sangue mal coagulado.A fumaça do cigarro que queimava nos dedos do Diabo subia no mesmo compasso da música, como se dançasse em um ritmo demoníaco, que era acompanhado pelos movimentos dos dedos que o segurava. O Diabo permanecia sentado na poltrona de acolchoamento de couro preto, contemplando como um artista contemplaria o término da melhor obra. Não sentia remorso, satisfação, ou mesmo culpa, pelos atos que praticara. Enquanto calmamente levava o cigarro aos lábios, sabia que estava já muito distante da razão, aliás, estava distante de qualquer sentimento, era ali o Diabo encarnado e o inferno o acompanhava, e no inferno, não pode haver redenção. Toda a cena que ele havia construído, cada passo que havia dado, o haviam trazido até este momento. Não por uma vingança em si, mas pelo final, tudo havia sido planejado e feito para aquele final específico. E a sensação de se chegar ao fim agradava-o. Mas os detalhes importavam menos que o resultado prático. Havia percorrido um longo caminho até a satisfação da vendeta, e agora, que finalmente a trama chegava a seu derradeiro ato: olhava para Cristina como um ator que olha para a pantomina que se desfez.Ela permanecia inerte, apenas gemia. Ele olhava para o martelo ensanguentado aos seus pés, e para a criança que chorava no chão, o piano ao canto, que para ele, parecia retribuir seu olhar com olhares de satisfação ancestral, ao tempo em que a peça fora organismo vivo; — sim, era o piano o mestre de tudo, era ele quem sentia o prazer naquela obra. — O diabo pensou no capitão Ahab: — o que ele teria feito se Moby Dick, no momento crucial, morresse sem lutar? Se a besta há tanto caçada, apenas tivesse morrido… o que teria feito o capitão de sua vingança? Com quais objetivos viveria depois de tal desilusão? Não haveria para ele um lugar por onde recomeçar…

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