Livro: "Ensaio Filosófico Sobre A Realização Múltipla"

Na filosofia da mente, a tese de realização múltipla sustenta que um único tipo mental (propriedade, estado, evento) pode ser realizado por muitos tipos físicos distintos. Um exemplo comum é a dor. Muitos filósofos afirmaram que uma grande variedade de propriedades físicas, estados ou eventos, não partilhando características em comum a esse nível de descrição, todos podem perceber a mesma dor. Esta tese serviu como premissa no argumento mais influente contra teorias precoces que identificaram estados mentais com estados cerebrais (teorias psiconeurasis, ou teorias da identidade mente-cérebro). Também serviu em argumentos iniciais para o funcionalismo. Os físicos não-dissuasivos adotaram mais tarde esta premissa e estes argumentos (geralmente sem alteração) para desafiar todas as variedades de reducionismo psicofísico. O argumento foi mesmo usado para desafiar o funcionalismo que inicialmente lhe foi oferecido para apoiar. Os reducionistas (e outros críticos) rapidamente ofereceram uma série de respostas, atacando inicialmente a conclusão anti-reducionista ou anti-identidade a partir da premissa de realização múltipla, ou defendendo contas da relação de redução que acomodava múltiplas realizações. Mais recentemente, tornou-se moda atacar a premissa de realização múltipla em si. Mais recentemente, surgiu o primeiro tratamento de comprimento de livro de múltiplas realizações e a sua importação filosófica.Esta entrada prossegue maioritariamente cronologicamente, para indicar o desenvolvimento histórico do tema. O seu foco principal é a filosofia da mente e da ciência cognitiva, mas também indica a mudança mais recente na ênfase nas preocupações na metafísica da ciência de uma forma mais geral. Vale a pena referir desde o início que a realização múltipla foi reivindicada na física (por exemplo, Batterman 2000), bioquímica (tahko em breve) e biologia sintética (Koskinen 2019a,b). Depois de mais de cinquenta anos de discussão filosófica detalhada, ainda parece não haver fim à vista para novas ideias sobre esta preocupação persistente.