Livro: "Introdução ao pensamento teológico: Reflexões sobre a prática teológica"

“E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo” (Lc 10.27) Nas palavras de Jesus, o amor a Deus perpassa nosso coração, alma, forças física e também intelectual. Este é o labor do bom teólogo: empenhar toda sua força e todo o seu entendimento no estudo das coisas pertinentes a Deus, mas não para ficar apenas no campo da reflexão e fruição intelectual e sim para ter condições de servir a igreja do Senhor – o verdadeiro teólogo é servo da Igreja! E de que modo o teólogo serve? Serve pregando e expondo corretamente as Escrituras para edificação do povo de Deus; serve evangelizando com sabedoria os descrentes com vistas a leva-los a Jesus Cristo; serve apresentando defesa inteligente e robusta da fé cristã diante dos opositores; serve apoiando os pastores na defesa da igreja contra heresias nefastas; serve cooperando na construção de uma hinódia cristã de qualidade para que os crentes “adorem a Deus na beleza da sua santidade”; e serve produzindo livros e materiais que auxiliem no discipulado e na formação doutrinária do povo cristão. Mas é claro que há teologias e teologias! O título ou a formação teológica de alguém não necessariamente significa que o tal seja um “servo bom e fiel”. Há não poucos teólogos trabalhando contra a Palavra de Deus e contra a Igreja de Cristo. Entre os tais estão os teólogos evolucionistas, que tentam conciliar criação e evolução; estão os teólogos liberais, que relativizam a autoridade das Escrituras e negam doutrinas cruciais para a fé cristã como a ressurreição literal e corpórea de nosso 12 FERNANDO BATISTA Senhor; estão os teólogos da prosperidade, que torcem a Palavra com interesses puramente financeiros; e, não parecesse um absurdo, há até mesmo teólogos ateus, que são aqueles que descreem da existência de Deus, mas que se formaram nalguma instituição teológica, apenas para conhecer o pensamento teísta e propor-lhe refutações acadêmicas. Estes são teólogos de gabinete, inúteis para a igreja do Senhor, perdidos em meio a especulações e devaneios da mente entorpecida pelo pecado. Acerca destes disse o apóstolo Paulo: “Querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam” (1Tm 1.7). O autor desta obra, porém, chama-nos a compreender e fazer teologia na igreja e para a igreja. Teologia que seja fundamentalmente bíblica, cristã, evangélica e ortodoxa. Fernando Batista rompe com um paradigma ainda real no meio cristão: teologia é coisa para poucos, isto é, para eruditos. Sem negar que existam meandros da teologia (especialmente a teologia acadêmica) que só mentes mais treinadas podem refletir com mais clareza e segurança, em termos gerais o autor disserta sobre como estudar as coisas sobre Deus (que é o conceito mais básico de teologia) é algo popular, isto é, algo que é e/ou deve ser comum a todos os crentes que de fato almejem “conhecer e prosseguir em conhecer ao Senhor” (Os 6.3). Em linguagem simples, mas não superficial, o autor mostra como fazemos teologia pregando, ensinando, escrevendo e até cantando! Neste aspecto Fernando Batista cita vários trechos do mais popular hinário evangélico brasileiro, a Harpa Cristã, conhecida e querida pela maioria dos pentecostais de nosso país. Corroboro: a boa teologia produz boa música; a boa música coopera na disseminação da boa teologia! E nisso, hinários como Harpa Cristã, Salmos e Hinos, Novo Cântico, Cantor Cristão, dentre outros, têm cumprido um papel de valor imensurável. Seus hinos além de serem um doce enlevo espiritual, são também, nas palavras de A.W. Tozer, um fiel depositário de uma rica teologia!Tiago Rosas Casado, bacharel em teologia (Livre), evangelista da igreja Assembleia de Deus em Campina Grande-PB, administrador da página EBD Inteligente no Facebook e autor de quatro livros.